terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Cena 2: Ceu e terra

sentada na mesa, tomando aquele vinho, falando algumas bobagens e relendo o script, tentando entender o contexto de uma cena, numa historia sem nexo narrada por nos.Contudo, essa atriz segurando a rosa vermelha e o ator por traz da cena, sao apenas meros performistas, por que a fantasia foi embora e essa cena nao tem mais magia. e eu, como narradora-personagem, agora me encontro sentada em cima do palco, com a plateia vazia e as cortinas fechadas esperando sem sucesso a luz e as palmas, que nao soam.Nos estavamos brigando como duas criancas pra ver quem ia tomar o ultimo gole de vinho.Ja e meia-noite e teu riso nao me alegra mais. Tua mao nao me toca e teu som nao destrai. So o que eu tenho agora, sao algumas fantasias no camarim e alguns cigarros apagados no cinzeiro que eu te fiz. O show nao e o mesmo, as palmas adormeceram e os dias contados na esperanca de um novo dia, de um reencontro, acordaram. E desse sonho, o que restou foram lagrimas, por saber que era um sonho.Agora eu vivo a realidade, mas nunca, se quer um dia, passo sem vir a este palco. Nem um dia passo sem pisar onde voce pisou, e brilhou. Por que mesmo com essas cortinas fechadas, sem a plateia e as palmas, sua voz e seu senso de humor ainda invadem minha lembranca como se nao fosse mesmo pra esquecer.Toda noite as 10 e meia, eu vou ate a janela e olho as 3 marias, como voce costumava fazer.Eu esperei por muito tempo, mas voce ainda nao chegou e eu acho que nao mais chegara. Nao tem mais futuro, nao tem mais barulho, mas eu sei que cedo ou tarde eu vou te reencontrar. Talvez nao do jeito de antes, talvez nao no mesmo lugar. Mas eu juro pela nossa alma, dessa vez, a ultima taca de vinho sera dividida entre nos dois e eu nao precisarei mais sair correndo do seu quarto pra te alcancar. Aquela cena nao se repetira, por que eu sempre andarei pela calcada, sempre tentando te encontrar.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Saudades

CARNAVAL, que saudade do carnaval.
Meu coracao de pedra amoleceu, droga.
Sinto saudades do meu Rio, do meu Arpoador, da minha pedra, do mar, do sol, do calor!
Sinto falta das risadas com as amigas, de receber um beijo de bom dia da mamae,
saudades da comida da zizi, do arroz e geijao, do strogonoff e da agua limpa.
Ai que saudades dos beijos do meu Rio, de nao precisar discar 21 antes de ligar...
Tenho saudades das minhas noites, do emporio, da felicidade das pessoas de la.
Tenho saudades de estar tudo bem, ams ao mesmo tempo que quero voltar, nao quero voltar.

Entao me diz, coracao de pedra, por que diabos voce foi amolecer?

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Quem ja se viu em outro plano?
Quem ja acordou, mas na verdade viu que ainda estava sonhando?
Quem ja falou que esta morto de fome e depois de devorar sem do a comida, prometeu nao comer mais ate o fim da vida?
Quem da disperdicou amor?
Quem ja disperdicou agua?
Quem ja teve medo de morrer
Ou simplemente de continuar a viver?
Quem ja achou estar no lugar errado
Mas la encontrou algo inesperado?
Quem ja sofreu por amor?
Quem ja sofreu por alguma perda?
Quem e que ja matou a si mesmo
Por ter medo de um simples desejo?
"Eu quero a docura do verbo amar"
Quero o amargo gosto do azar.
Eu quero a docura da palavra vida, viva!
Eu quero viver a pulsacao de ter e nao twr o que posso tentar.
E nem que seja por pouquissimo tempo
So pra sentir o gostinho dessa vida
Eu digo a todos que querem me ouvir, bem alto,
Digo em voz absurda:
Fracos aqueles que tem medo de errar.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Luto vermelho

Mortos sao aqueles que foram proibidos de amar.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Inevitavel

Sinto o frio desse lugar, Um frio seco, cortante. Rasga minha pele como mil navalhas, as mesmas que me cortavam de pouco em pouco quando voce nao estava por perto e agora, de fato nao esta. E esse mesmo frio me arrepia como voce costumava fazer, apenas com um toque... e eh inevitavel.
Inevitavel nao construir um futuro baseado naquele passado em que a gente costumava se olhar e se desejar. Mas alem do desejo, alem do beijo, tinha o calor. Calor que eu nao sinto mais, nao por causa do tempo frio que insiste em me envolver. Mas sinto que esse tempo se resume em nos dois, agora. Por que eu nao sinto a ponta dos dedos. Quando te tocar, talvez nao te sinta como antes, talvez como aqui. E por isso eu acho que, quando esse frio passar e quando o vento levar todas as minhas lagrimas de gelo para outro lugar, eu vou perceber que aquilo que a gente tinha era apenas o inverno e passou, assim como todas as estacoes do ano. E entao, pode ter certeza que eu nao vou esperar por mais um descurso do seu coracao. Eu vou e tirar minhas luvas e esperar meu proximo amor de verao.

Sarava

" Vinha caminhando a pe
Para ver se encontrava a minha cigana de fe.
Ela parou e leu minha mao
E disse-me toda verdade.
Mas eu so queria saber
Onde e que andava minha ciganinha das almas. "

" Deu meia-noite
A lua se escondeu
La na encruzilhada dando a sua gargalhada pomba gira apareceu.
Deu meia-noite
A lua se escondeu
La na encruzilhada dando a sua gargalhada a Mulambo apareceu.
Laroie laroie laroie
E mogiba e mogiba e mogiba
Ela eh Odara quem tem fe em pomba gira e so pedir que ela da. "

Obrigada. Uma rosa vermelha, um incenso, vinho e cidra.