quarta-feira, 6 de maio de 2009

Ilusão, desilusão, amor e drogas.

Temo ter-te po inteiro, pois arrependo-me amargamente do tempo que perdi acreditando que você iria me encontrar, olhando pra frente do asfalto, girando minha cabeça para qualquer lado que me viesse um som de skate em atrito com o chão. Mesmo sabendo que acabaria com a cabeça baixa, mais uma vez decepcionava, ainda havia alguns restos de esperança sobrevoando meu corpo e eu insistia. Ia embora apenas quando levava um soco da vida no rosto; era ela me dizendo pra eu acordar pra realidade.
Muito tempo passei em vão, sem respostas suas, sem um toque seja na minha pele ou no meu celular. Muito tempo passei pensando por lado bom, até que não dava mais e eu tentei mostrar isso pra mim mesmo, mas meus olhos insistiam em não ver e meus sentimentos gritavam ferozmente, me deixando não só surda, mas cega.
Já tentei. Juro que já tentei seguir minha vida e tentar ficar alguns longos dias sem pensar em você, mas parece que é impossível, parece que eu preciso da novocaína tóxica no meu sangue, anestesiando-me como se tudo girasse em torno de você em mim. Quando te vejo, acredite, ainda sinto as borboletas no meu estômago e o sangue frio que corre pelas minhas veias. eu sinto isso no pulso, sunto no peito. Sinto so teu abraço verdade; no teu olhar, desespero; em algumas palavras, mentiras; sinto em você verdade.
Na minha frente, você parece ser. Por trás, você parece não existir. Você mexe comigo. Mexe muito comigo e sabe o ponto onde pegar, meu ponto fraco. Ao mesmo tempo que quero distância, não suportaria a tal. Enquanto penso em sintonia e contato, meu outro eu pensa em desilusão e mal-contato, expelindo-te da minha pele ou da minha visão.
Tento dizer-te em palavras o que sinto e como você me modifica, como meus olhos brilham quando estou com você. Tento dizer-te também, o quanto é desgastante pensar em você, o quanto me faz mal esse vício, essa droga que se resume em você. O quanto ela me vicia e não consigo largar. Então resumo isso a uma simples e confusa guerra em mim. Deixo rolar a vida e mesmo quando não estou pensando em você, tenha certeza que estarei pensando. Tudo me lembra você, desde os jogos do flamengo contra o vasco, passando pelos skatistas do parque dos patins, até a cachaça que insiste em tirar meu estado sóbrio.
Queria poder dar certo com você, mas vejo que não é pra agora. Mas apesar de tudo e mesmo fechando os olhos mas sabendo que estou errada, eu insisto e continuarei insistindo pra que, no futuro, isso venha a ser o que nós dois sempre quisemos. Quero, nesse tal futuro, de qualquer vida em que estejamos juntos, fazer parte de você, ser pedaço de você. Quero ser pra você, o que você é pra mim. E se esse futuro um dia chegar, quero nunca estar sóbria e usar e abusar dessa droga que é você. Quando morrer, quero que seja de overdose.
Eu te amo.

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