terça-feira, 21 de julho de 2009

Limite imortal

Voce cavou seu buraco.
Eles estao chegando perto de voce, nao tem mais tempo a perder.
Cave seu buraco bem mais fundo e olhe pra baixo, deixe tua cabeca pesada guiar seu fim. Ou então, mastigue o mundo antes que ele mastigue voce.
Fure seus olhos, estoure teus timpanos com o grito da tua propria dor.
Humilhe-se e desrespeite a você mesmo. Abaixe sua cabeça já que acima de você agora não há nada.
O que é que você fez com você mesmo? O mundo pesa nas costas de quem não sabe viver e escorre nas maos de quem nao se da valor.
Você só passou pela vida, tropeçando não só em bares ruas e escadas, como também em frases sujas alucinadas e vazias, cheias de ódio, medo e dor.
Teu respeito apodreceu, tua mente adoeceu e a tua loucura, entre uma e outra dose, se perdeu.
Não tem mais você no chuveiro, não tem mais teu cheiro na casa. Não tem mais em mim desespero, não tem mais no espelho teus traços. Não tem mais você nem aqui nem ali, não tem mais sofrer, não tem mais você.
Agora aqueles olhos grandes e o nariz vermelho, são devorados pelo mais doce fim que você construiu, tomando de pouco em pouco o teu próprio veneno.
Pele gelada e anestesiado pelo teu pecado cheio de prazer, consumido por aquilo que, ate ali, era voce quem consumia, você provou a si mesmo que de nada valia aquilo que te movimentava: o poder de ser imortal.
Declaro enfim o mais forte ódio pelo amor mais puro que eu ja senti. Declaro por fim, teu fim.

domingo, 19 de julho de 2009

CENSURADOS

Censurava basicas mentiras que me eram inspiradoras e pareciam tentadoras. Censurava a mim mesma por expressar minhas verdades. Intimamente censurava ao corpo, que queimando e ardendo estendia-se sobre qualquer plano que chamassem de vida real. Censurava cada proibicao e mesmo assim a censura nao censurava a propria. No final de tudo, tudo um pouco, descobri que estava censurando o que nao havia censura. O sensual censurava prazeres inibidos. No final de quase qualquer droga jogada fora, descobri que censurava o que era incensuravel, o que quase transormou-se em insensiveis toques, mesmo que dos mais perigosos pecados. Censurei a verdade. Descobri por fim- nao tirando meu corpo do inicio de tudo mas, de movimento lento a acelerado, colocando-o de volta dando voltas- , que tal censura era o valor que eu dei a mim, nao pelo que sou aqui, mas pelo que realmente ou imaginavelmente sou agora. Puro extase. Descobri que sou pura censura, sou pura mentira.

sábado, 11 de julho de 2009

Medo não é medo se é medo que sente.

Quem nunca teve medo? Voce nao vale nada. Nao vale nada por que não dá valor a si próprio. Você já teve medo de escuro?Nunca é tarde... Quanto mais fundo o buraco, mais difícil é de subir e mais difícil é de enxergar.
No escuro, nada se vê, tudo se cria. Os sentidos ficam aguçados e você alimenta seu pecado. Nao acredite na verdade, a mentira sempre parece ser mais prazerosa. Já avisei pra não deixar os poetas mentirem pra você. Nao tenho nada a temer, não tenho nada a perder.
Graças a um D's, eu já perdi você.
Fale baixinho, por que o eco soa por entre essas quatro paredes. Melhor que isso, não fale nada... Deixe o silêncio te comer vivo, de dentro pra fora sem deixar vestígios.
Isso é tão desconfortável, não me ensinaram a fingir. Se um dia eu for derrotado vou saber como agir. Ou não...
Não se renda a encantos baratos. Se tiver pesadelos a noite, saiba que é por que você mesmo fez da sua luz, escuridão. E não, no final eu não vou estar aqui pra pegar tua mão.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

O doce sabor...

Quem nunca teve medo quando criança?

Medo do escuro, medo da morte...

Quem nunca se queimou numa paixão

Ou arrancou seu coração e deu nas mãos erradas?

Dessa vida eu absorvo o ódio.

A dor é o meu prazer e meu prazer é você.

Se tudo que eu faço volta em dobro

Quero invadir teu corpo e te matar aos poucos.

Meu desejo vai além da alma.

Meus espelhos todos ja quebraram,

E esse azar eu desejo a ti.

Quero acabar com isso que voce chama de vida

E te mostrar que sem mim ela não existe

E que sem mim você nao vale nada.

Você já teve medo de escuro? Nunca é tarde...

Nao tenho nada a perder se já perdi você.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

E o que resta é esperar.

Não deixe que os poetas mintam pra você.
Não apague as luzes, não seja tão cega ao ponto de não ver o que está acontecendo debaixo do teu próprio nariz.
De um lado, a infelicidade que se alimenta da infelicidade dos outros e afirma ser feliz, mas eu sinto que não é.
Do outro lado, a indiferença tentando irrelevar as situações que insistem em cutucar a ferida aberta.
Certos ou errados, estamos todos afundando no mesmo barco.
Cedo ou tarde, vão puxar os tapetes e os que se achavam espertos vão caír. Eu ainda estarei aqui. Estaremos todos, mas muita coisa ainda há de mudar...