domingo, 28 de dezembro de 2008

Espelho

Abro a porta do quarto, assim, la pelas 4 da madrugada.

Tudo escuro, as luzes apagadas. Meus olhos cegos por um instante, nitidizando objetos apenas com a luz forte da lua que entra pela janela do meu quarto. Ando em direcao aquele grande vidro espelhado. Sei que ele e o espelho da alma, e ja sabemos o que nele esta contido.
Vejo os tracos familiares de alguem que e semelhante a mim. Temo, por talvez pensar que divido minha alma com ele. O 'eu' atras do espelho. Tracejo devagar, com a ponta dos dedos, as curvas desse tal individuo em um plano liso e, ao mesmo tempo, tracejo com a outra mao, os tracos curvos de um plano modelado. Temo denovo, por saber que os tracos sao identicos e totalmente diferentes. E se sou eu, aquele do outro lado? E se aquele do outro lado for um corpo com alma e eu, apenas um reflexo? Novamente temo.
Eh como olhar a tua frente, um prisma de varias faces e cores, eh como enxergar a tua alma expandida, cheia de carisma. Mas ainda sim, eh um enigma.
E uma obra reveladora, talvez. Mesmo que ainda queira permanecer contida, eh uma (outra) vida cheia de intrigas e misterios... Mas querendo-me manter viva, nao pretendo decifrar o que me abisma.

2 comentários:

casulo disse...

vc tem faces. algumas que nem vc conhece.
o espelho mostra algumas, mas não todas.

é enlouquecedor se deparar com vc mesmo.

Juliana C. disse...

É enlouquecedor se deparar com você mesmo. [2]
Encarar o proprio olhar, se ver além do corpo ou daquilo que chamamos de alma.